1° de Maio de 2013

O capitalismo passou a ser um cadáver putrefacto na economia, nas instituições políticas, nas suas superstições sociais, e só está à espera de ser enterrado pelos seus coveiros

VIVA O COMUNISMO!

O 1° de maio é o dia em que os trabalhadores de todo o mundo, acima dos confins nacionais, dos de raça e de religião, afirmam que pertencem a uma só classe social, que estão unidos pelos mesmos interesses e que combatem a mesma guerra pela emancipação da exploração e da miséria.

Este 1° de maio de 2013 dá de caras com os trabalhadores, em todos os países do mundo, numa situação que, em vez de melhorar, vem há muitos meses agravando-se devido à crise que atingiu a economia de todo o planeta.
 

O capitalismo é uma guerra permanente

Nos países com um capitalismo mais antigo – na Europa, na América do Norte, no Japão –, cuja economia está em plena recessão, a classe operária sofreu a redução dos salários, os cortes realizados ao Estado social, a desocupação em massa. Todavia, as consequências da crise começam a fazer-se sentir também nos Países cuja industrialização é mais recente, da China à Índia, da Coreia do Sul ao Vietnam e à Indonésia, apesar de terem os salários baixos e das duríssimas condições de trabalho. Na América Latina, a Argentina está novamente em crise, mas em todos os países, do Brasil social-democrata à Venezuela “de Chávez”, ao Chile liberal, os vários regimes praticam a mesma política e procuram aumentar a exploração do trabalho assalariado, apesar de a crise ainda não os ter atingido com força.

Na África do Norte, a luta do proletariado para obter melhores condições de vida e de trabalho, liberdades políticas e sindicais, foi levada a desviar as suas forças para um falso objetivo que consistiu em mudar governos que não minaram minimamente os mecanismos da exploração e da opressão capitalista. Na África do Sul, as possantes lutas organizadas nos últimos meses pelos mineiros demonstram quão terrível é a exploração também nos países cujo capitalismo é mais recente e vital.

Por enquanto, a burguesia, com a ajuda dos partidos falsamente “operários”, dos sindicatos mancomunados com o regime, da polícia e, quando necessário, do exército, tem conseguido manter tapada a panela à pressão da revolta proletária, mas o lume continua a aquecê-la e pouco falta para que expluda.
 

As verdadeiras causas da crise económica

A verdadeira causa desta crise económica, prevista pela análise económica marxista, reside na superprodução de mercadorias causada pela queda tendencial da taxa de lucro, um fenómeno perene e imparável da economia capitalista, porque está implícito no mecanismo infernal que a guia, ou seja, a procura incessante do lucro através da exploração do trabalho assalariado.

Agora, o capitalismo está a afundar na crise, dia após dia. As declarações de quaisquer tipos de governos burgueses, de direita e de esquerda, que em pleno delírio afirmam superar a crise com uma mudança de política económica, impondo “regras” aos mercados, etc., são mera propaganda para convencer os trabalhadores a aceitarem os sacrifícios, segundo a formulazinha “estar mal hoje para estar melhor amanhã”, sendo os cortes às despesas sociais, aos subsídios de desemprego e às pensões, medidas cruéis e inúteis impostas pela burguesia para confirmar o seu domínio sobre o proletariado e sobre as classes médias.
 

Da crise económica à guerra

O capitalismo é uma luta permanente entre Estados, grupos industriais e financeiros, bancos e empresas, e cada um deles defende os interesses do seu Capital e do seu lucro.

Em cada País, a burguesia pede aos “seus” trabalhadores que se sacrifiquem para vencerem a “sua” batalha, tornando mais competitiva a economia nacional, e procura convencê-los de que “estão todos no mesmo barco”. Pelo contrário, nesta guerra o derrotado é sempre o mesmo, isto é, o proletário. Quando aceitam unir o seu destino ao da empresa, ao do País ou ao da Pátria, os trabalhadores alistam-se no exército burguês, são levados a combaterem uns contra os outros, hoje massacrados com salários mais baixos e ritmos de trabalho mais elevados, amanhã com tiros de carabina e bolas de canhão.

O inelutável avançar da crise económica tornará sempre mais insuportáveis as condições de vida do proletariado de todos os países e mais dura a competição económica, comercial e militar entre os vários Estados burgueses, até se chegar à conclusão de que a alternativa ou éa guerra mundial imperialista ou a revolução comunista internacional. O proletariado deverá então religar-se à tradição revolucionária traçada pela vitoriosa revolução russa, em outubro de 1917, e opor-se com todas as suas forças à perspectiva de mais uma carnificina mundial, que hoje seria decerto ainda mais terrível e sanguinosa do que as duas guerras imperialistas que permitiram que este regime infame conseguisse sobreviver por mais um século.
 

O que fazer

Em primeiro lugar, os trabalhadores assalariados devem organizar-se para defender, dia após dia, as suas condições de vida e de trabalho; devem unir-se para superar as divisões nacionais que são artificiais, as divisões religiosas e as de categoria e lutar para defender o seu salário, para reduzir o horário de trabalho, para se oporem às demissões, reivindicando o mesmo salário mas com menos trabalho.

Sob o impulso das lutas reivindicativas, em cada País deverão renascer sindicatos de classe prontos a defender intransigentemente as condições de vida dos trabalhadores, decididos a recusar quaisquer responsabilidades pela economia da empresa e pela da nação, isto é, a capitalista, porque devem ter consciência de que se esta afunda, a classe trabalhadora não morrerá com ela, mas usará essa oportunidade histórica para abater o regime estatal burguês e instaurar a ditadura do proletariado, libertando as forças produtivas das leis económicas do Capital e do trabalho assalariado.

É nesta fase histórica de reconquista internacional da luta de classe que o Partido Comunista Internacional, herdeiro do programa histórico do comunismo revolucionário de Marx e Engels, de Lenine e da Esquerda italiana, agrupando as vanguardas mais valentes e decididas da classe trabalhadora, poderá iniciar a batalha para impedir uma nova carnificina mundial, e por meio da revolução enterrar o capitalismo junto com a insalubre exploração do trabalho humano, as suas guerras permanentes e a sua miséria crescente para milhões e milhões de proletários.

Os proletários só têm a perder as suas cadeias, mas têm a ganhar o mundo inteiro!