Partido Comunista Internacional
 

O ataque burguès ao aborto nos EUA
A única defesa é a revoluão mundial!


A decisão da Suprema Corte dos EUA é um ato de guerra da ditadura burguesa contra toda a classe trabalhadora, sob o disfarce do conceito enganoso de democracia. É uma reação à tumultuada natureza e em constante mudança da sociedade capitalista, repleta do constante medo de que a produção seja paralisada. Mascarada pelo véu de “valores tradicionais da família”, a verdadeira motivação está na queda da taxa de lucro e no aumento do custo dos salários, causado pela escassez da mão-de-obra e pelo aumento do preço das mercadorias.

A capacidade do proletariado de abortar está sob fogo quando o capitalismo entra em sua fase moribunda e de crises. Estamos em meio à prolongada crise de superprodução que vem acontecendo desde 2008. Todo o sistema do capitalismo é sustentado artificialmente pelos bancos centrais. O capitalismo mundial está nos precipitando para o colapso e para uma terceira guerra mundial. E o que a burguesia irá precisar, se não mais carne, para sacrificar diante do seu sagrado altar do lucro?

Para a classe capitalista, os trabalhadores apenas lhe servem como suprimento de força de trabalho, sendo explorado para obter o máximo de lucro possível. A questão do controle da natalidade é, integralmente, reduzida aos desumanos cálculos e despóticos da oferta e da demanda!

E isto é o que eles chamam de “liberdade”! É a liberdade de classe deles, a ditadura democrática da burguesia. É a liberdade dessa classe, para explorar e destruir, de quebrar os trabalhadores por excesso de trabalho e depois enviá-los ao abatedouro.

Os comunistas sempre foram a favor do aborto. A Comuna de Paris de 1871, a primeira vitória do proletariado internacional, garantiu o acesso ao aborto juntamente com outros direitos sexuais e reporudutivos. A Revolução Bolchevique de 1917 deu à Rússia o mais livre sistema de acesso ao aborto na história, que a Internacional Comunista prometeu dar a todo o mundo. O aborto esteve livremente disponível em postos de saúde para todos os cidadãos e cidadãs da URSS de 1920 a 1936. Naquele ano, a onda contra-revolucionária stalinista, que matou a revolução mundial e trouxe o capitalismo de volta ao solo russo, reinstituiu a proibição do aborto juntamente com outras restrições à liberdade sexual, semelhantes às do regime do czar. A razão era um programa brutal de acúmulo ilimitado de capital (ainda hoje os stalinistas, fingindo serem comunistas, choram lágrimas de crocodilo por causa das restrições ao aborto!).

Compare o status do aborto na Comuna de Paris e na Rússia bolchevique com a ditadura burguesa que agora prevalece em todos os cantos do mundo: o acesso ao aborto é tênue; muitas vezes é restrito aos ricos, se não totalmente proibido; onde o aborto está disponível, há ignorância e estigma em torno dele. Esta é a natureza do aborto sob o regime burguês, que trata a liberdade reprodutiva como apenas um meio para o fim último de maiores lucros!

Para a oposição burguesa ao aborto, o objetivo é claro. A gravidez forçada limitará ainda mais o proletariado, promoverá a desigualdade de gênero e garantirá uma maior oferta de trabalhadores jovens a serem explorados no futuro. E os conservadores chamam isto de “direito à vida”!

Para a fração da burguesia que ‘apoia’ o aborto, tal ‘liberdade’ é apenas um meio de explorar uma parte maior do proletariado, de mergulhar as mulheres trabalhadoras mais completamente no inferno do local de trabalho.

Para os liberais e os pequenos burgueses de esquerda, o espectro das restrições ao aborto é também uma ferramenta eficaz para enganar o proletariado a participar de suas ilusões democráticas. A decisão da Suprema Corte mostra o pouco que suas promessas têm significado na prática. Vemos que todo o esquema burguês de aborto serve para manter o proletariado em cadeias, tornando-o inteiramente dependente da vontade da classe própria.

Aqueles que procuraram assegurar os direitos políticos dentro do regime burguês existente através do voto, etc. - um programa característico do ativismo liberal e falso-socialista que tem prevalecido desde Roe v. Wade - não pôde parar essa decisão, e nunca será capaz de proteger a capacidade dos trabalhadores de conseguir abortos no futuro. Os comunistas reconhecem que o conceito de direitos humanos é uma farsa perpetuada pela burguesia para subordinar os trabalhadores sob o jugo da unidade nacional. É inútil pedir favores a um Estado que apenas existe para nos oprimir!

Agora é a hora de uma ação coletiva militante, não de votações ou petições. Lutar pela unidade de ação da classe trabalhadora contra a ordem capitalista! Expulsem as burocracias sindicalistas colaboracionistas que vos retêm! Defendam seus interesses de classe através de uma luta de classes intransigente!

Somente o comunismo pode garantir a liberdade reprodutiva e sexual!

Viva a revolução proletária internacional!