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COLÔMBIA: MUDA O GOVERNO E A DITADURA DA CLASSE BURGUESA CONTINUA 20 de maio de 2022 |
Um novo administrador dos interesses da burguesia toma as redes da presidência colombiana. No dia 7 de agosto, Gustavo Petro tomará posse do cargo de presidente, que teve pressa em anunciar, ao vencer as eleições, que a coluna vertebral de seu programa de governo será “o desenvolvimento do capitalismo”.
Sempre que as massas assalariadas e despossuídas são agitadas, mesmo que confundidas e desorientadas pelo oportunismo, mesmo que influenciadas pela pequena burguesia que quer reformas sociais, políticas e econômicas que não ataquem a propriedade privada e a ganância empresarial, sempre que o subsolo social se sacode e não é controlado integralmente pelos partidos tradicionais, então a burguesia abre espaços para que novos rostos e novos partidos administrem seus interesses e canalizem as inquetudes e descontentamentos que inquetam às massas. A chamada “mudança histórica”, como se apresenta a eleição de Gustavo Petro como presidente e uma afrodescendente como vice-presidenta da Colômbia, é uma mudança para que nada mude, como toda mudança proveniente do mecanismo eleitoral em uma democracia burguesa.
É claro que os novos rostos que hoje chegam à presidente na Colômbia não são simpáticas a setores da burguesia e da reclamona oligarquia, principalmente aos latifundiários, nem tão pouco são rostos desejados pela maioria das forças políticas que controlam o governo norteamericano, mas são rostos necessário depois das revoltas das ruas que ocorreram desde 2019. É o mesmo que ocorreu no Chile, onde a situação também exigia que a burguesia mudasse os condutores de seu governo. A maior parte da burguesia preferiria que seu governo seguisse baixo a administração de partido tradicionais e com eles botar em prática um programa de reformas populistas e democráticas similares as que assumiram Petro e Francia. Já no passado os liberais e conservadores partidos caíram em esquecimento, partidos como o Centro Democrático ocuparam os seus lugares. A burguesia deve abrir espaço á nova versão política do liberalismo colombiano para que administre seus interesses no contexto de agitação social que não pôde ser controlado pelos partidos tradicionais.
Agora, do governo, os oportunidades colombianos aprofundarão seu trabalho anti-operário e contra-revolucionário, entupindo as massas com espectativas demagógicas e com os interesses da classe trabalhadora soterrada em uma miríade de exigências abrangentes, nacionais e para as pequenas e médias empresas. A única paz que os oportunistas no poder na Colômbia querem é a que se traduz na pacificação da classe trabalhadora, a qual seguem desmobilizando, desorganizando, dividindo e reprimindo. Exatamente o mesmo papel que cumprem hoje os oportunistas do assim chamado “progressismo” ou da “esquerda” que governam Venezuela, Nicaragua, Cuba, Argentina, Bolívia, México, etc., ou de asperantes à presidência como Lula e o PT no Brasil. O mesmo papel contra-revolucionário que eles cumprem em todo o mundo.
O proletariado na colômbia terá de desfazer suas ilusões de que em algum dia um governo surgido da democracia burguesa atenderá seus anseios. Os trabalhadores deverão se organizar fora e contra os atuais sindicatos e deverão unir-se na luta pelo aumento de salários e redução da jornada de trabalho e por juntar suas energias em uma greve geral, indefinida, sem serviços mínimos, com projeção internacional, para colocar os capitalistas de joelhos. Nesse processo, as organizações de trabalhadores devem virar as costas aos apelos ao voto e defesa da economia nacional, retomando a luta de classes na Colômbia com uma visão internacionalista.