Partido Comunista Internacional

8 de Março de 2024
Dia Internacional da Mulher Trabalhadora
O patriarcado é um pilar do capitalismo e irá colapsar com ele

 


As sociedades divididas em classes -escravidão, feudalismo, capitalismo, que têm se sucedido até hoje, após o arco histórico muito mais longo do comunismo primitivo- foram um passo inevitável na história da humanidade que, se por um lado permitiu o desenvolvimento das forças produtivas, por outro lado afastou e mortificou temporariamente o instinto social dos homens de se unirem e trabalharem juntos para garantir a feliz perpetuação e melhoria da espécie.


A mulher, a quem era dada a mais alta consideração nas sociedades comunistas anteriores às classes sociais, foi escravizada na ordem patriarcal estabelecida pelo desenvolvimento da propriedade privada, da família e do Estado.


O desenvolvimento da produção industrial, com o capitalismo, se por um lado melhorou parcialmente a condição das mulheres, por outro lado não permite sua emancipação do patriarcado, pois o patriarcado está indissoluvelmente ligado à propriedade privada: enquanto existir um patrimônio a ser transmitido por herança ou pelo mercado de força de trabalho, o patriarcado não poderá ser eliminado.


Quando as engrenagens da máquina capitalista começaram a girar, a mulher proletária, subjugada por séculos nas sociedades antigas, recebeu a falsa emancipação do trabalho remunerado, ou seja, a soma de duas condições de exploração: a da mulher, com o trabalho doméstico, e a da proletária.


A emancipação da mulher coincide parcialmente com os resultados da revolução burguesa, do trabalho assalariado e da igualdade de direitos civis, e com as exigências da classe proletária, como a redução da jornada de trabalho. Mas ela permanece incompleta sem a abolição do trabalho doméstico, tornando-o um serviço público gratuito -restaurantes e lavanderias coletivas- e sem reconhecer na maternidade sua função primária como espécie - isenção do trabalho, creches e escolas para crianças, e o pleno direito à escolha reprodutiva.


A luta por esses objetivos começa com a luta da classe trabalhadora contra a exploração capitalista –por fortes aumentos salariais, contra as demissões, por salários completos para os desempregados, pela redução da jornada de trabalho e da vida laboral (diminuição da idade mínima para aposentadoria)– e só é completada com a derrubada do capitalismo, porque a satisfação das necessidades dos trabalhadores é incompatível com a lei do lucro!


Pelo bem dos lucros –que eles chamam de "o bem do país" ou "o bem da nação", dependendo se são políticos burgueses de esquerda ou de direita– o capitalismo agora ameaça a própria sobrevivência da espécie humana. Enquanto um número enorme de trabalhadores morre no trabalho todos os dias, a guerra imperialista amadurece em nível mundial e os proletários são enviados para o abatedouro atrás das bandeiras nacionais, pelos interesses das respectivas burguesias.


Enquanto o surgimento da agricultura –base econômica da divisão de classes da sociedade, da propriedade privada e da família, da afirmação do patriarcado– marcou o fim do comunismo primitivo, o desenvolvimento da indústria dentro do capitalismo, com seu progresso histórico avassalador, torna o comunismo moderno possível novamente: A sociedade hoje tem todos os meios materiais para o real bem-estar de todos os seus membros, mas está impedida de produzir para satisfazer as necessidades humanas porque está sujeita às leis econômicas do Capital, defendidas pelas máquinas estatais e políticas burguesas.


Somente a revolução internacional da classe trabalhadora, organizada em sindicatos de classe fortes e liderada pelo verdadeiro partido comunista, pode derrubar os regimes políticos burgueses que impedem essa transição histórica, que mantêm a humanidade acorrentada à prisão anti-histórica de uma sociedade dilacerada pelo egoísmo individual e familiar, pelo ódio étnico, xenófobo e religioso, na qual a opressão das mulheres é um pilar e um produto necessário.


Será somente em uma sociedade liberta da última forma de escravidão, a do trabalho assalariado, que o patriarcado será superado, o golpe final será dado à já moribunda família fundada no matrimônio monogâmico, e as mulheres retornarão ao centro da consideração social e da humanidade. Será reconciliada com seu instinto natural de viver socialmente, com o sonho-necessidade do comunismo.